Há segredos em palavras de apelos
E flores nas gravatas da hipocrisia
Já decoradas com sorrisos amarelos
Como a fome que a ganância alivia.
E da vaidade com que o egoísmo esbanja
Solta-se uma, inútil, esperança cansada
Migalhas de fé com os cabelos em franja
Que gemem e gritam como vozes do nada.
Chegam aos céus mas a pobreza não some
Pois a riqueza dos céus não desceu à terra
E vai morrendo gente só com pele e nome
Graças aos donos duma supérflua guerra
Que até a fé de poucas migalhas consome
E manda a vergonha nos mortos que enterra.
tavico