acordam os campos sem vento
sobe o sol no horizonte
já oiço o contentamento
da vida à roda do monte.
é madrugada, estou alerta
p´ra começar um novo dia
uma cantoria me desperta
quem cantava eu não sabia.
julguei ser um rouxinol
alegrando a Primavera
logo ao nascer do sol
saí p´ra ver quem ele era.
era um estorninho negro
lá no alto da chaminé
de ouvir muito me alegro
mas rouxinol ele não é.
ó passaro de penas negras
as tuas vozes são tantas
a água canta nas pedras
correndo quando tu cantas.
posso contar o que vejo
mas não o que estou ouvindo
o canto do Alentejo
só ama quem está sentindo.
tavico